O namorado da médica Thallita da Cruz Fernandes, encontrada dentro de uma mala em um apartamento, em São José do Rio Preto (SP), foi condenado a 31 anos e seis meses de prisão nesta terça-feira (22). Cabe recurso.
O júri popular ocorreu no Fórum de São José do Rio Preto e durou aproximadamente seis horas. Antes do julgamento, familiares e amigos da vítima fizeram protesto em frente ao tribunal. Em seguida, diversas pessoas acompanharam o momento da sentença no plenário.
Davi Izaque Martins Silva, de 29 anos, vai cumprir pena em regime fechado pelos crimes de homicídio quadruplicado e tentativa de ocultação de cadáver.
Thallita foi encontrada morta dentro de mala em apartamento de Rio Preto; namorado Davi é suspeito de cometer o crime — Foto: Arquivo pessoal
A decisão desta terça-feira foi proferida pela juíza Gláucia Véspoli dos Santos, da 5ª Vara Criminal de São José do Rio Preto. O g1 tenta contato com o advogado de defesa de Davi Izaque.
Davi Izaque Martins Silva durante júri popular em São José do Rio Preto (SP) — Foto: TV TEM / Rogério Pedrozo
Em setembro de 2023, ele foi denunciado pelo Ministério Público (MP), com base no indiciamento da Polícia Civil. A denúncia ainda atribuiu ao acusado a tentativa de ocultação de cadáver, tipificação aceita pela Justiça. A determinação do júri popular foi publicada no Diário Oficial da Justiça em 16 de junho de 2024.
Inquérito policial
Namorado de médica morta e deixada dentro de mala durante júri popular em São José do Rio Preto (SP) — Foto: TV TEM / Rogério Pedrozo
As investigações apontaram que a médica Thallita Fernandes, de 28 anos, foi esfaqueada no início da manhã do dia 18 de agosto de 2023, logo depois que o acusado chegou ao apartamento.
À época, o inquérito foi concluído pelo delegado responsável pelo caso, Alceu Lima de Oliveira, por meio da Divisão Especialização em Investigações Criminais (Deic).
úri popular do namorado acusado de matar médica e esconder corpo em mala em São José do Rio Preto (SP) — Foto: TV TEM / Rogério Pedrozo
Segundo o boletim de ocorrência, foi a mãe de Thallita, que mora em Guaratinguetá (SP), quem notou o desaparecimento da filha e pediu para que uma amiga da vítima fosse até o prédio onde ela morava, no bairro Redentora, em Rio Preto.
Júri popular do namorado acusado de matar médica e esconder corpo em mala em São José do Rio Preto (SP) — Foto: TV TEM / Rogério Pedrozo
Ainda de acordo com o BO, o apartamento de Thallita, localizado no 3º andar, estava trancado. Por isso, essa amiga acionou a polícia. O corpo da vítima foi encontrado nu, na lavanderia do apartamento, dentro de uma mala.
A vítima apresentava muitos ferimentos no rosto provocados por faca. Após a perícia, o Instituto Médico Legal (IML) apontou que Thallita morreu por hemorragia aguda.
Médica foi encontrada morta em apartamento, em Rio Preto (SP) — Foto: Rogério Pedrozo/TV TEM
Réu deixa apartamento após crime
Pelas câmeras de segurança, a polícia pôde constatar que o namorado, com quem ela mantinha um relacionamento havia cerca de dois anos, foi o último a entrar e deixar o apartamento.Reproduzir vídeo
As imagens mostram o momento em que o acusado deixou o apartamento da vítima e caminhou pelo corredor do prédio em direção ao elevador. Vestindo um boné e camiseta vermelha, ele foi até o térreo, saiu do local usando o celular e entrou em um carro de aplicativo que o aguardava na rua
A polícia informou que Davi chegou a deixar a cidade, com destino a Olímpia (SP), mas voltou a Rio Preto, onde foi detido.
Thallita da Cruz Fernandes, encontrada morta dentro de uma mala em Rio Preto (SP), é médica formada desde 2021 — Foto: Arquivo pessoal
Ao delegado, o acusado confessou o crime e disse que usou drogas antes do assassinato. Davi também confirmou que brigou com Thallita no mesmo dia em que a matou.
Câmeras de segurança flagraram suspeito deixando prédio de médica morta dentro de mala, em São José do Rio Preto (SP) — Foto: Reprodução
Segundo o delegado, o intuito do acusado era ocultar o corpo da vítima, mas a mala rasgou. Davi não tinha passagens criminais e o comportamento dele não indicou arrependimento, ainda segundo a polícia, que acredita que ele era financeiramente dependente dela e não aceitava o fim do namoro.
Thallita da Cruz Fernandes trabalhava como médica plantonista na UBS de Bady Bassitt — Foto: Reprodução/Facebook