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sábado, 25 outubro, 2025

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Morre Miguel Uribe, pré-candidato presidencial baleado há dois meses na Colômbia

O senador colombiano Miguel Uribe Turbay, baleado durante um comício em Bogotá em junho, morreu nesta segunda-feira (11) após ser submetido a várias cirurgias e a dois meses de cuidados intensivos. O falecimento de um dos principais pré-candidatos às eleições presidenciais no país embaralha o cenário político e obriga a direita a buscar um novo representante.

O anúncio da morte do senador foi feito pela esposa, Claudia Tarazona, nas redes sociais. “Você será para sempre o amor da minha vida. Obrigada por uma vida cheia de amor”, escreveu no Instagram junto a uma foto ao lado do marido.


Miguel Uribe Turbay tinha 39 anos e deixa um filho de dois anos, além de três enteadas adolescentes que considerava como filhas, frutos de um casamento anterior da esposa. O senador conservador foi alvo de tiros em 7 de junho durante um comício em um bairro popular da capital colombiana. O atirador é um rapaz de 15 anos, cujas motivações não são conhecidas até o momento. Duas balas atingiram a cabeça de Uribe. 

As autoridades prenderam seis suspeitos relacionados ao ataque, incluindo o atirador. Dissidentes da extinta guerrilha Farc são apontados como possíveis autores intelectuais do crime, que continua sendo investigado.

“Hoje é um dia triste para o país”, escreveu a vice-presidente colombiana, Francia Márquez, em uma mensagem na rede social X. “A violência não pode continuar marcando nosso destino. A democracia não se constrói com balas nem com sangue, se constrói com respeito, com diálogo”, acrescentou.

Cartas embaralhadas
O ataque que tirou a vida de Uribe, favorito da direita para as eleições presidenciais de 2026, reabre feridas em um país marcado pela violência e atentados a políticos nas décadas de 1980 e 1990. Além disso, a ausência do político conservador embaralha as cartas da pré-campanha. 

Embora as candidaturas para o pleito ainda não tenham sido oficializadas, Uribe já havia anunciado no ano passado sua intenção de concorrer à presidência do país. O senador de direita era um fervoroso crítico do presidente colombiano, Gustavo Petro, e da esquerda em geral.

No Parlamento, Uribe liderou diversos debates contra as guerrilhas e a política de negociações de paz conduzida pelo presidente Petro, ex-integrante do extinto Movimento 19 de abril (M-19). O político conservador também era um dos principais críticos das reformas sociais promovidas pelo atual chefe de Estado.

Sua ausência na pré-campanha eleitoral obriga o partido de direita Centro Democrático, fundado pelo ex-presidente Álvaro Uribe Vélez, a reorganizar sua estratégia e a buscar uma nova liderança que mantenha o eleitorado mobilizado. Apesar de terem o mesmo sobrenome, o senador não tinha qualquer vínculo familiar com o ex-chefe de Estado.

Vida marcada pela guerrilha
Miguel Uribe Turbay nasceu em uma influente família colombiana. Seu avô, Julio César Turbay, foi presidente da Colômbia entre 1978 e 1982. A vida do senador também foi marcada pela violência do conflito armado colombiano. Sua mãe, a célebre jornalista Diana Turbay, morreu após ser sequestrada por ordem do narcotraficante Pablo Escobar, em 1991. Na época, Uribe tinha cinco anos.

Na juventude, o senador estudou em uma das melhores escolas de Bogotá. Mais tarde, formou-se em Direito e obteve um mestrado na Universidade de Harvard. Foi vereador em Bogotá e depois candidato à prefeitura da capital, mas não conseguiu se eleger. Apesar da derrota, ganhou visibilidade nacional e se afirmou como uma liderança emergente da direita. Desde 2022, Uribe ocupava o cargo de senador pelo partido Centro Democrático. 

Momentos antes de ter sido baleado, Uribe discursava e prestava homenagem à mãe, dizendo ter vivido a violência “na própria pele”. Em 2021, em entrevista à revista Bocas, disse que havia perdoado todos os envolvidos na morte de Diana Turbay. “A reconciliação é a única coisa que ajuda a seguir em frente e superar um momento tão difícil”, afirmou.

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