Nova versão aponta que caminhão teria empurrado carro da vítima para o canteiro central antes da colisão fatal
Na manhã desta sexta-feira, 9 de maio, uma reviravolta inesperada pode mudar os rumos da investigação sobre o acidente fatal que matou a ex-professora Nadir Alves, de Américo de Campos, na Rodovia Euclides da Cunha (SP-320), em Cosmorama. O caso, que até então era tratado como uma fatalidade causada por perda de controle do veículo, ganhou uma nova dimensão com o depoimento de uma testemunha ocular, que afirma ter presenciado uma manobra arriscada de um caminhoneiro momentos antes da colisão.
A testemunha, identificada apenas pelas iniciais T. F., procurou a Delegacia de Polícia Civil de Cosmorama e, visivelmente abalada, revelou uma versão que coloca em dúvida as informações preliminares divulgadas pelas autoridades e reforça a hipótese de que Nadir pode ter sido vítima de negligência ou até de imprudência criminosa.
Segundo o relato de T. F., Nadir tentava ultrapassar um caminhão quando ficou emparelhada com o veículo na pista. No início de uma subida, o caminhoneiro teria iniciado uma manobra de ultrapassagem sem perceber ou ignorando a presença do carro da ex-professora. A testemunha afirmou que o caminhoneiro jogou o caminhão para cima dela. Com isso, o carro teria sido empurrado para o canteiro central e colidido de frente com uma carreta que vinha no sentido contrário.
T. F. disse que conseguiu anotar parte da placa do caminhão e forneceu as informações à polícia. O caminhoneiro envolvido não teria parado no local do acidente.
A versão inicial, baseada em avaliações preliminares dos peritos, era de que Nadir havia perdido o controle do carro sozinha. No entanto, o novo depoimento reforça a necessidade de reavaliar os vestígios no local e a perícia do veículo, além da identificação urgente do caminhoneiro citado.
A morte de Nadir comoveu a população de Américo de Campos e região. Conhecida por sua longa carreira como educadora, ela era querida por alunos, colegas e familiares. Agora, sua imagem está ligada também a uma cobrança por justiça.
Para familiares e amigos, o novo depoimento é mais do que uma pista: é um grito contra a banalização de tragédias no trânsito. Um parente, que preferiu não se identificar, disse que, se isso se confirmar, não foi um acidente, foi um ato irresponsável que custou uma vida.
A Polícia Civil de Cosmorama confirmou que o depoimento foi registrado oficialmente e que as diligências seguem em sigilo. A expectativa é que câmeras de monitoramento da rodovia e depoimentos de outros motoristas ajudem a esclarecer o que aconteceu antes da colisão.
Enquanto isso, cresce o apelo nas redes sociais e entre os moradores da região para que o caso não seja esquecido e que a verdade, seja qual for, apareça.
O episódio também chama atenção para um problema maior: a fragilidade das investigações de acidentes em rodovias do interior, muitas vezes concluídas apressadamente e sem ouvir testemunhas. A fala de T. F. não apenas contesta a versão oficial, mas também mostra a urgência de adotar um olhar mais atento e rigoroso diante de acidentes que tiram vidas nas estradas do Brasil.
Nadir Alves merece mais do que homenagens — merece justiça. E a sociedade, respostas.