José Clésio de Oliveira Filho chefiava grupo que usava o 1º DP de Indaiatuba para extorquir empresários
A Justiça de São Paulo condenou o delegado José Clésio Silva de Oliveira Filho a mais de 29 anos de prisão em regime fechado. Ele foi considerado o líder de uma organização criminosa especializada em extorquir empresários na cidade de Indaiatuba (SP). A sentença, proferida na última sexta-feira e divulgada nesta segunda-feira pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP), também impôs penas superiores a 20 anos a outros réus envolvidos.
A “Operação Chicago”
A condenação é resultado da “Operação Chicago”, deflagrada em março de 2024 pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). A investigação revelou que policiais civis, guardas municipais, servidores comissionados e advogados formavam um grupo criminoso que operava de dentro do 1º Distrito Policial de Indaiatuba.
O Modus Operandi da Extorsão
Segundo a denúncia do MP-SP, o grupo fabricava boletins de ocorrência, inquéritos e até prisões em flagrante falsas para pressionar suas vítimas. Os alvos eram, majoritariamente, donos de supermercados, açougues, lojas de roupas e estacionamentos. Os empresários eram levados para uma sala dentro da delegacia, onde eram ameaçados de prisão caso não pagassem valores que variavam entre R$ 1 milhão e R$ 3 milhões.
Penas e Reparações
Além das longas penas de reclusão, todos os condenados perderam seus cargos públicos. A Justiça determinou o pagamento solidário de mais de R$ 600 mil em indenizações diretas às vítimas. O grupo também foi condenado a pagar R$ 10 milhões por danos morais coletivos ao Fundo do Estado de São Paulo. A sentença determina ainda que os bens bloqueados na operação sejam vendidos para ressarcir os prejuízos causados.
Para Entender o Caso
O que aconteceu: Delegado e outros agentes públicos condenados por organização criminosa e extorsão.
Quando e onde: Sentença divulgada nesta segunda-feira (22/10), referente a crimes em Indaiatuba (SP).
Quem está envolvido: Delegado José Clésio Silva de Oliveira Filho, policiais civis, guardas municipais, servidores e advogados.
Situação atual: Condenados a mais de 29 e 20 anos de prisão, perda de cargos e pagamento de R$ 10 milhões em danos coletivos.
